A Religião no Município
O povo professa várias religiões destacando-se: a católica, os evangélicos, os espíritas, messiânicos e adventistas.
Destaca-se a Igreja Nossa Senhora da Luz, construída pelos jesuítas, as capelas de Cururuca e Íguaíba, a Igreja Sagrado Coração de Jesus no Maiobão, a Igreja de São Pedro no Pau Deitado, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição na Maioba do Cururuca e a de São João no Mocajituba. Ainda tem os templos das igrejas Universal do Reino de Deus localizada na Av. Principal de São José de Ribamar.
A festa de Nossa Senhora da Luz é realizada no 2º domingo de dezembro na Sede do Município de Paço do Lumiar. A Santa é considerada padroeira do município e a festa já é tradicional, sendo hoje marco de atração turística do município.
Destacam-se ainda as festas de São Sebastião em janeiro, a de Santo Antônio, São João e São Pedro no mês de junho
Evangélica
Hoje é um dia importante
para a história da Igreja
no Maranhão: o primeiro
templo está sendo
dedicado ao Senhor.
Outros templos por certo
vão surgir. A Igreja no
Maranhão vai continuar
crescendo mais e mais. ”
Leo Halliwell
25/12 - Oxalá
História de Paço do Lumiar e a implantação do Catolicismo
A origem do município de Paço do Lumiar remonta aos princípios do século XVII, durante a ocupação francesa no Maranhão (1612-14), quando suas terras eram habitadas pelos índios tupinambás, parceiros dos franceses na tentativa de fundação da França Equinocial. Ao expulsarem os franceses, as tropas portuguesas sob o comando de Mathias de Albuquerque, iniciaram uma terrível chacina contra os índios, principalmente os tupinambás, aliados dos invasores. Durante mais de um século os índios foram chacinados por Capitães-mores, soldados e colonos desde as margens do rio Turiaçu até as águas do Parnaíba.
A ocupação da terra reconquistada deu-se com a parceria, nem sempre amigável, da coroa portuguesa com a Igreja Católica, representada pelas Ordens Religiosas. As terras que hoje pertencem ao município de Paço do Lumiar foram doadas, em 1628, à Companhia de Jesus pelo casal de colonos portugueses Pedro Dias e sua esposa, Apolônia Bustamonte. O representante da Companhia, Padre Luís Figueira, Reitor do Colégio de Nossa Senhora da Luz em São Luis, fundou nessas terras a fazenda de Anyndibá “... para o benefício das lavouras dos seus religiosos; fabricando casa, e erigindo nela os índios que tinha trazido consigo de Pernambuco...”.
Em 1760, o Marquês do Pombal ao expulsar definitivamente os jesuítas de todas as possessões portuguesas, desapropriou os seus bens e elevou à categoria de Vila a maioria das aldeias jesuíticas. A antiga aldeia de Anydibá, através da Carta Régia de 11 de junho de 1761 passou à condição de Vila, denominada Paço do Lumiar pelo então governador Joaquim de Melo e Póvoas, por ser parecida, segundo ele, com a localidade esta mesma denominação em Portugal.
Como no povoado de Anydibá já moravam grande número de homens brancos, além dos índios e alguns escravos africanos, o governador Joaquim de Melo e Póvoas convidou-os para assistirem a solenidade de elevação à Vila e “... dos mais capazes fez ele a eleição da nova Câmara, pelo que ficaram todos muito contentes, e prometeram ao governador aí fazerem casas, o que cumpriram...”.
Em 1764 foi ereta a Freguesia sob a invocação de Nossa Senhora da Luz, ficando como Matriz a antiga igreja dos jesuítas de Nossa Senhora da Luz. Nessa época foram demarcados os seus limites e distritos, bem como o patrimônio da Câmara.
Até 1959, a Vila do Paço do Lumiar integrava o município de Ribamar (atual São José de Ribamar). Entretanto, nesse ano, no dia 07 de setembro, pela Lei nº1. 890, no governo de José Matos Carvalho, Paço do Lumiar desmembra-se de Ribamar sendo instalado o município, selenemente, dois anos depois, no dia 14 de janeiro.
Vinte e dois povoados constituem o município de Paço do Lumiar. Entre estes, temos: Cururuca, Pau Deitado, Itapera, Boa Vista, Pindoba, São José dos Índios, Tendal, Mocajutuba, Olho de Porco, Maioba, Aracagi, Iguaíba e Mercês.
A população residente nos povoados era composta de homens brancos que se constituíam em donos ou foreiros da terra, além de índios e negros, utilizados na lavoura do arroz, algodão, fumo e mandioca. No inicio do século XX, esta população estava estimada em 6.000 habitantes.
Apesar da proximidade com São Luis, a população reside nos povoados de Paço do Lumiar vivia isolada da capital, envolvida completamente na labuta de suas terras. Durante o século XIX, a vida social nesta região resumia-se às festividades e práticas religiosas realizadas na igreja Matriz de Nossa Senhora da Luz na sede do Município de Paço do Lumiar.
Para não terem que se deslocar à sede do município, sempre que necessitavam de assistência religiosa, muitos habitantes desses povoados fundaram capelas ou pequenas igrejas em suas sedes e, recentemente, com a expansão da ocupação do interior da ilha de São Luis, também construíram-se novas capelas e igrejas para atender ao aumento do numero de fieis.
Não foram encontradas informações históricas acerca da Capela de São Benedito. Pode-se supor que foi construída pelos motivos acima expostos ou, ainda, pela devoção (pagamento de promessas, realização de festas) de algum fiel à Santo negro, pois a devoção popular a São Benedito é muito forte no Estado do Maranhão, desde os tempos coloniais. Entretanto, a falta de documentação histórica nos deixa apenas no plano das suposições. Optamos por traçar apenas o histórico do município de Paço do Lumiar afim de facilitar futuras pesquisas sobre este templo.
Descrição Tipológica
A Capela de São Benedito é utilizada para culto religioso. Está implantada em um amplo espaço gramado, circunda de residências térreas. Seu partido em planta tem forma de um “L” e compreende: nave e capela-mór, contíguas e separadas pelo arco cruzeiro, e o lado do evangelho, anexo à capela-mór, encontra-se a sacristia. Todos os ambientes estão dispostos em um mesmo nível de piso, encobertos por cobertura com duas inclinações, duas águas sobre a nave e capela-mór, e uma água sobre a sacristia. O material de recobrimento utilizado é a telha de barro, secção trapezoidal e os beirais são em telha e madeira.
A capela edificada em alvenaria de tijolo, rebocada e caiada na cor amarela com frisos em vermelho que delimitam a fachada principal e o frontão de forma trapezoidal, ladeado por dois pináculos de forma piramidal. No centro do frontão no vértice do triângulo emerge uma cruz.
A fachada principal é de composição simplificada, com vão de porta central em arco abatido, guarnecido de esquadrias em madeira, ladeado por dois óculos. Acima da porta central e na parte central do frontão encontram-se as envasaduras onde estão pendurados os sinos da Capela.
No seu interior, o piso da nave e da capela-mór são de lajota cerâmica e o da sacristia em cimentado liso na cor vermelha. Todos os ambientes possuem telha vã. Na nave, mesa de altar entalhado em madeira destaca-se na simplicidade da capela. Na parede posterior da capela-mór encontra-se um retábulo-mór em argamassa e ladeando o arco cruzeiro estão os nichos, também em argamassa.
No seu exterior vê-se, ao lado da capela, um coreto de forma quadrangular, encoberto por telha de barro, onde são realizadas também as festividades de São Benedito.
O início da Obra
O nosso pioneiro ao chegar em São Luis, escolheu o centro da cidade e começou o trabalho evangelístico com uma intensa distribuição de folhetos de casa em casa, onde também vendia livros e bíblias, mostrando o plano da salvação em Cristo Jesus.
O início da Obra
Final do ano de 1921, este foi o tempo permitido por Deus para que chegasse ao Maranhão a mensagem pentecostal. O evangelho já havia sido anunciado pelas Igrejas Presbiteriana e Batista, que já estavam plantadas em terras gonçalvinas. Porém, de acordo com dados de algumas fontes históricas, os primeiros contatos protestantes de que temos notícias na Ilha de São Luís devem ter ocorrido no período da própria fundação da cidade, pois Daniel de La Touche, um dos principais líderes da esquadra francesa que chegara a esta ilha em 1912, era protestante de fé reformada calvinista. Provavelmente teria sido nesta época que o Maranhão tenha ouvido pela primeira vez o evangelho de Cristo, através de um protestante. Porém, não temos informações concretas se Daniel de La Touche implantou algum trabalho evangélico ou fez alguma tentativa de estabelecer a doutrina protestante na Ilha de São Luís. Fato concreto, porém, é a chegada do missionário George Butler, da Igreja Presbiteriana, este plantou na capital maranhense a primeira igreja da sua denominação. Estavam, portanto, lançadas oficialmente”, as bases da pregação evangélica em São Luís do Maranhão. A Teologia reformada aqui ensinada prosperou e a Igreja Presbiteriana continua até hoje o seu trabalho de evangelização nesta cidade.
Em seguida, foi a vez dos batistas, ardorosos defensores da doutrina cristã. A primeira Igreja Batista foi organizada em São Luís no dia 23 de maio de 1908 pelo missionário fundador Eurico Nelson. Deus seja louvado pela bravura, dedicação e pioneirismo de nossos irmãos presbiterianos e batistas, cujos trabalhos muito têm contribuído e produzido para o Reino de Deus nesta cidade, bem como em todo o Estado do Maranhão. Porém, naquele memorável final de ano (1921) a velha “Atenas Brasileira” ouviu pela primeira vez a pregação do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo acompanhada da informação de que Jesus não somente salva, mas também cura e batiza com o Espírito Santo. O mensageiro escolhido por Deus para tão nobre missão teve a indicação e a aprovação da igreja Assembléia de Deus em Belém – a igreja mãe. Clímaco Bueno Aza, um cidadão colombiano que recebeu a Jesus como Senhor e Salvador em Belém-PA no ano de 1913. Tendo logo sentido a vocação divina para anunciar o Evangelho abandonou seus trabalhos seculares e dedicou-se exclusivamente à pregação contínua do Evangelho. Nos primeiros anos auxiliou o missionário Daniel Berg na plantação de diversas igrejas na região da estrada de ferro Belém/Bragança, igrejas que florescem até hoje. Clímaco Bueno Aza foi ordenado ao Santo Ministério em 10/03/1918. Foi indicado para iniciar a Assembléia de Deus no estado do Maranhão, o irmão Clímaco, aceitou o desafio e viajou para a capital do estado.
O nosso pioneiro ao chegar em São Luis, escolheu o centro da cidade e começou o trabalho evangelístico com uma intensa distribuição de folhetos de casa em casa, onde também vendia livros e bíblias, mostrando o plano da salvação em Cristo Jesus. E para a alegria dos Céus, da igreja em Belém e do nosso irmão Bueno Aza, grande parte da semente caiu em boa terra e começou a nascer com brevidade. Pouco a pouco o pioneiro começava ver o Senhor da Igreja abrir portas para a divulgação da Palavra, sendo então possível no dia 15 de janeiro de 1922 oficializar a fundação da novel igreja na residência de Propécio Lázaro Lobato e Ana Almeida Lobato, situada na Rua 7 de setembro, na casa de nº 149. Neste dia houve o primeiro batismo em águas de alguns conversos e foi realizada a Ceia do Senhor. Assim foi organizada a 1ª Assembléia de Deus no estado Maranhão. São Luís tinha apenas 54.077 habitantes. O estado inteiro possuía 893.332 habitantes, cujo governador era Godofredo Mendes Viana.
As primeiras conversões
Os primeiros conversos do Maranhão à fé pentecostal foram Propécio Lázaro Lobato e sua esposa Ana Almeida Lobato1. “O irmão Propécio tornou-se o primeiro diácono a ser consagrado pela Assembléia de Deus no Maranhão e faleceu a 17 de julho de 1954, com 72 anos”2. Entre os primeiros conversos, incluem-se o irmão Paulino Flávio Rodrigues e sua esposa, irmã Isabel Florestal Rodrigues e Maria Oliveira.
No mês de dezembro de 2001 tivemos a oportunidade de realizar uma entrevista com dois filhos do primeiro casal convertido, Rubens de Almeida Lobato e Eulinda Lobato Rabelo. Ele, 77 anos, viúvo, membro da Assembléia de Deus. Ela, 76 anos, membro da Primeira Igreja Batista de São Luís. Ambos residentes em São Luís.
Na citada entrevista obtivemos, portanto, as seguintes informações, que vieram confirmar alguns dados, completar outros e aprofundar e acrescentar em alguns aspectos o conhecimento então existente sobre as origens da Assembléia de Deus em São Luís.
Ao chegar em São Luís, o pioneiro Clímaco Bueno Aza, inicia a distribuição de folhetos gratuitos trazendo a mensagem do Evangelho e, paralelamente desenvolve o seu trabalho de colportor com a venda de Bíblias e livros evangélicos. No primeiro contato com a família de Lobato, Bueno Aza, ao oferecer o folheto evangelístico na própria casa de Propécio Lázaro Lobato, ouviu da esposa deste a seguinte expressão, com ar de surpresa: “...Ah! Sim, sobre este folheto que você me oferece, certamente já ouvi falar, pois você é da religião do diabo, não é?” Ao que responde o homem de Deus: “Senhora, eu não sou da religião do diabo, sou pregador do Evangelho e distribuo a Bíblia Sagrada, que é a Palavra de Deus. Sou um crente em Jesus”. Depois deste esclarecimento e identificação, a Sra. Ana Almeida Lobato muda imediatamente o tom do diálogo e informa ao pr. Bueno Aza que seu esposo tinha interesse por esse assunto de “Evangelho”, e, portanto, o pastor deveria esperar pela chegada do Sr. Propécio. Era quase a hora do almoço. Como militar que era, cabo da Polícia, Propécio estava de serviço no quartel, que àquela época situava-se próximo à sua residência. Aquele era o primeiro sinal para o pastor Clímaco Bueno Aza, de que seu trabalho prosperaria. Confiante, ficou aguardando o dono da casa. Este, ao chegar, deu-lhe as boas vindas e assentou-se com a presença do ilustre visitante, convidando-o para almoçarem juntos. E ali, então, nosso pioneiro sentiu-se à vontade para entregar a mensagem de Deus, em cujo conteúdo constava, principalmente, o plano da salvação em Cristo, transmitido de uma forma simples e bastante objetiva. E, como um bom discípulo de Gunnar Vingren e Daniel Berg, o evangelista Clímaco não deve ter esquecido de resumir-lhe o âmago da fé pentecostal: Jesus Cristo salva, cura e também batiza com o Espírito Santo.
Durante o diálogo, Bueno Aza foi informado que Propécio já teria ouvido um pouco do evangelho há algum tempo, pois, passando um dia nas proximidades do Hospital Português, deparou-se com algumas jovens da Igreja Presbiteriana de São Luís, que realizavam um culto ao ar-livre e ali pregavam, cantavam e oravam, o que chamou bastante a sua atenção. E, agora, através do contato com o nosso pioneiro Bueno Aza, o seu entendimento se abria para compreender a Palavra de Deus e a sua condição de pecador, necessitado da salvação em Cristo Jesus. Não tardou, pois, em fazer a sua decisão a Jesus Cristo como Salvador e Senhor de sua vida juntamente com a sua esposa, que também compreendeu a mensagem e a aceitou, decidindo-se a Cristo. Ali estava se abrindo uma porta que jamais seria fechada. Era mais uma agência do Reino de Deus que estava que estava sendo implantada, onde centenas e milhares de ludovicenses aceitariam à fé cristã, onde teriam suas vidas transformadas pelo poder do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
O pr. Clímaco sentiu a necessidade de continuar a sua missão, e, agora mais entusiasmado, pois já via os primeiros frutos como resultado de sua semeadura evangelística. À medida que os dias iam passando, o pioneiro pentecostal continuava a pregar o santo evangelho e distribuir Bíblias, entre outras literaturas evangélicas. Passou um período hospedado na própria residência de Propécio Lobato, que, familiarmente, era conhecido também como Juca Lobato.
Depois de um curto período, o missionário Clímaco Bueno Aza oficializou a fundação e organização da primeira Igreja Evangélica Assembléia de Deus em terras maranhenses, sendo oficializada a igreja com o batismo em águas dos primeiros decididos à fé pentecostal e a realização da Santa Ceia do Senhor, em 15 de fevereiro de 1922. A novel igreja ficou funcionando na própria residência do irmão “Juca”. Estava, assim, lançado o marco inicial da obra pentecostal do Maranhão. O pr. Clímaco Bueno Aza passou poucos meses dirigindo a igreja, e, ainda em 1922, passou-a à liderança do pr. Manoel da Penha.
Além do salão alugado na rua Dr. Herculano Parga, nº 474, a igreja esteve funcionando em alguns salões alugados. Houve um período de muitas dificuldades, principalmente a falta de recursos para o funcionamento regular da igreja, pois a igreja ficou dependendo financeiramente do seu primeiro membro, o irmão Propécio Lázaro Lobato, de tal modo que, onde quer o irmão Propécio estivesse residindo, ali também funcionava os cultos e as demais atividades internas da igreja. Pois o aluguel foi pago por um considerável tempo pelo irmão Propécio Lobato. Os primeiros bancos, que serviram de assentos aos participantes da novel igreja, foram tomados emprestados do Quartel de Polícia, devido ao bom relacionamento e a influência de nosso irmão Propécio, que exercia a função de cabo da Polícia Militar do Estado do Maranhão, e Paulino Flávio, que era, então, sargento daquela corporação militar. Conta o irmão Rubens Lobato que os primeiros bancos de propriedade da igreja foram confeccionados e doados por seu pai, o primeiro membro da igreja. Lembra ainda que, a iluminação dependia de um “lampião” a querosene ou, às vezes, à base de carboreto.
As dificuldades eram muitas, no entanto, do pouco que possuíam, os membros da igreja pioneira desta capital, distribuíam consideravelmente ajuda aos mais necessitados, fazendo visitas nos leprosários, residências, ruas, praças, etc. Às vezes, os irmãos tinham que ajuntar suas próprias contribuições para pagarem as passagens dos novos decididos, dos quais, muitos utilizavam o bonde como meio de transporte a fim de poderem congregar-se regularmente.
A igreja prossegue
Algum tempo depois, na Rua do Passeio, na casa de nº 360 (hoje localizada em frente ao Templo Central), o trabalho continuava em uma modesta residência, que aos fundos, possuía um grande salão. Ali, durante vários anos, os pioneiros realizaram cultos de pregação, reuniões de oração e de estudos da Palavra de Deus. Era aquele o único local em que os cultos da Assembléia de Deus eram realizados por vários anos nesta cidade. Há testemunhos e registros de que, por Sua graça, Deus manifestava ali salvação de almas, curas divinas e batismos com o Espírito Santo.
Até que, no pastorado de Deocleciano Cabralzinho de Assis, a Igreja construiu o seu primeiro Templo, que para tanto, recebeu uma ajuda financeira da Assembléia de Deus em Belém-PA, a igreja mãe, que não somente enviou o primeiro missionário e os primeiros pastores, mas também os manteve e supervisionou a administração da igreja, tanto na capital como no interior do Estado por um período que se estendeu da fundação da igreja, em 1922, e por mais vinte e cinco anos, aproximadamente.
Sob a Palavra ungida, pregada e vivida pelos primeiros crentes, a igreja iniciada como uma pequena semente, que após ser germinada, nasceu, cresceu e transformou-se numa grande árvore, produzindo muitos frutos. Emergindo de sérias dificuldades e de penosas humilhações, a Assembléia de Deus nascida em São Luís prosseguiu valorosamente em sua marcha pela conquista de milhares de almas para o reino de Cristo. Confirmando a palavra de Sua graça, o Senhor Jesus fez prosperar maravilhosamente a obra iniciada pelo pastor Clímaco e continuada por dezenas e centenas de outros obreiros, aos quais Deus encheu do Seu Espírito Santo, credenciando-os, deste modo, para a execução da gloriosa obra de pregar o evangelho em terras maranhenses.
“A benção do Senhor é que enriquece” (Pv 10.22). Foi isto que aconteceu. A obra prosperou. A chama pentecostal alastrou-se através de dezenas e centenas de municípios. Novos obreiros foram somados ao quadro de pioneiros. Numerosas portas foram abertas ao Evangelho de poder no interior do Estado. A despeito das oposições de procedências diversas, ninguém foi capaz de deter o avanço da nova igreja através da Baixada, do sertão maranhense e em todas as direções, pois a marcha era comandada pelo Senhor, que disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura...” (Mc 16.15). Muitos dos pioneiros já foram recolhidos ao lugar de descanso, mas outros, igualmente valorosos, têm sido levantados por Deus. A obra não tem sofrido revés. O Senhor continua salvando, batizando com o Espírito Santo e operando maravilhosamente em cumprimento à Sua Palavra. Para isto, Deus tem se utilizado de homens simples, humildes e abnegados. Nestas palavras não nos referimos exclusivamente aos pastores, mas também a milhares de servos de Deus, homens e mulheres que, renunciando por inteiro as paixões mundanas, se entregaram a Cristo para servi-lo com amor, trabalhando incansavelmente em jejuns e orações, através de muitas vigílias e trabalhos ininterruptos de evangelização, sob a unção do Espírito Santo, com a certeza de que toda obra para Deus, realizada com amor, terá a sua fiel recompensa.
Estevam Ângelo de Souza, 1957-1996
Nasceu na cidade de Araioses, Estado do Maranhão, no dia 2 de agosto de 1922. Filho de José Romão de Souza e de Maria Alves de Souza, teve uma infância e adolescência simples, sob os cuidados paternos.
Aos vinte e um anos de idade teve seu encontro com Cristo, aceitando-o como Senhor e Salvador pessoal. Era o dia 09 de abril de 1944 e o primeiro culto evangélico a que assistia, precisamente na cidade de Magalhães de Almeida. Recebeu o batismo com o Espírito Santo no dia 06 de julho do mesmo ano e em outubro, no dia primeiro, foi batizado em águas.
Daí por diante abraçou a causa do Evangelho. Durante dois anos trabalhou como evangelista, saindo a pregar a Palavra de Deus pelos sertões do Piauí, ainda jovem e solteiro, mesmo sem vínculo ministerial, uma vez que, naquela época, a obra estava se iniciando. Costumava dizer que nesse tempo morava debaixo de um chapéu, pois não possuía moradia, tendo que repousar diversas vezes no meio da mata e sob o orvalho.
Sua vocação pastoral confirmou-se no dia 11 de novembro de 1946, quando foi autorizado a evangelista, e consagrado ao Santo Ministério em 27 de julho de 1947, e por fim, ordenado a pastor em 7 de setembro de 1952. Trabalhou inicialmente em Esperantina por sete anos e alguns meses e Luzilândia, ambas no Estado do Piauí, época em que contraiu seu primeiro matrimônio com a jovem Joaquina Maria Batista de Souza, com quem teve os três primeiros filhos, ficando depois viúvo.
Em 21 de novembro de 1953 contraiu novas núpcias com a jovem Gizeuda Lima de Souza, que lhe deu outros seis filhos. Nesse mesmo ano, mudou-se para São Luís a convite do saudoso pr. Alcebíades Pereira de Vasconcelos, tendo sido empossado a 04 de janeirode 1954. Serviu como co-pastor da Assembléia de Deus na capital maranhense até 16 de dezembro de 1957. A igreja na Ilha contava com apenas três congregações quando então assumiu, em definitivo, o pastorado da Igreja, à qual serviu durante 42 anos, um mês e doze dias. Participou da Conferência Mundial Pentecostal em Londres, Inglaterra, em 1976, e em Jerusalém, em 1995, tendo ainda visitado vários países da Europa e Ásia, além dos Estados Unidos da América. Em todo esse período, dedicou-se inteiramente à Causa com muito amor, trabalho e abnegação, o que somente a eternidade poderá revelar todos os frutos do seu profícuo ministério.
Expansão da Igreja no Estado
Quis o Senhor Deus que a igreja em São Luís exercesse o papel de quartel general, pois, daqui saíram os pregadores que levaram a mensagem do Evangelho a dezenas e centenas de municípios maranhenses. Começando pelos povoados de Ibacá e Itãs, no município de Viana. Como um fogo que ardia sem cessar a doutrina pentecostal alastrou-se em todo o Estado do Maranhão.
Adventista
O sonho começou no dia 27 de outubro de 1951, quando a Igreja Central de São Luís foi inaugurada.
O presidente da União Norte Brasileira, Pastor Léo Halliwell, na festa inaugural dizia: “Hoje é um dia importante para a história da Igreja no Maranhão: o primeiro templo está sendo dedicado ao Senhor. Outros templos por certo vão surgir. A Igreja no Maranhão vai continuar crescendo mais e mais. Um dia, a Obra neste estado vai crescer tanto que terá a sua sede administrativa. Um dia o Maranhão será uma Missão independente, não mais atrelada à Missão Costa Norte”. Dito e feito.
A Missão Costa Norte, com sede em Fortaleza, fundada em 1936, atendia aos estados do Ceará, Piauí e Maranhão. Dos três estados, a obra cresceu mais rapidamente no Maranhão, atingindo cerca de 70% do número total de membros da Missão. Os colportores, as escolas, os professores, as reuniões campais, os batismos e os problemas administrativos da Missão Costa Norte estavam do lado de cá, obrigando os administradores viajar todas as semanas para o Maranhão, a fim de atender as demandas e necessidades da Igreja no Maranhão. Praticamente, no Ceará e Piauí não havia, na época, tantas atividades. Era no Maranhão que a Igreja crescia em progressão geométrica, obrigando a administração do campo a ficar mais perto, embora a sede estivesse no Ceará.
Hoje é um dia importante
para a história da Igreja
no Maranhão: o primeiro
templo está sendo
dedicado ao Senhor.
Outros templos por certo
vão surgir. A Igreja no
Maranhão vai continuar
crescendo mais e mais. ”
Leo Halliwell
Na hora de sair do sonho para a realidade, faltava o mais importante: o dinheiro para comprar o terreno e construir a sede da Missão. Deus, porém, já havia providenciado os meios.
A irmã Dinah Freyre, uma portuguesa, membro da Igreja Central de São Luís, muito doente e prevendo a sua morte, decidiu fazer o seu Testamento, deixando todos os seus bens para a Igreja.
O Pastor Walter Streithorst, na época presidente da União Norte Brasileira – um administrador de grande visão, prevendo a reação da família de Dinah Feyre, após a sua morte – foi com ela ao cartório onde foi feito o Testamento, onde tudo o que ela tinha deveria ser da Igreja. Não se esqueceu de ir também a um médico psiquiatra para examiná-la e atestar que ela estava doando os seus bens em sã consciência e sem nenhuma coação e que ela não sofria das faculdades mentais. O atestado foi feito e assinado pelo Dr. Ivaldo Perdigão Freire, em 1961.
Dez anos depois, em 1971, a irmã Dinah Freyre faleceu, deixando a sua herança em nome da Igreja. Entre o espólio havia cinco casas, todas no centro da cidade. Quando ela faleceu, a família dela chegou antes da Igreja e levou tudo de importância que havia na casa, querendo também se apoderar das cinco casas que ela havia deixado.
Quando souberam do Testamento, começou uma grande batalha na justiça. A família alegava que ela sofria das faculdades mentais – o que nunca foi verdade. A batalha judicial durou vários anos, mas quando foi encontrado no cofre da União Norte pelo advogado Isaías Andrade o atestado médico que estava perdido, toda a questão foi dirimida, a Justiça entregou as casas para a Organização Adventista.
Era necessário comprar um bom terreno para a construção da Missão e do Colégio. O Pastor Joel Gonsioroski da Silva, seretário-tesoureiro da Missão Costa Norte, com um voto da Mesa Administrativa, vendeu uma das casas e comprou o terreno na Av. Daniel de La Touche, onde hoje se encontram a Missão e o Colégio.
Faltava, porém, o dinheiro para iniciar a construção. Com o alicerce já iniciado, era necessário pelo menos sair do chão. O deputado federal Enoc Vieira conseguiu uma verba federal, que foi usada na primeira etapa da construção do Colégio. A Organização Superior da Igreja, a Golden Cross na pessoa do seu presidente, o Dr. Milton Afonso, e os membros da Igreja de todo o estado doaram ofertas, a fim de que a construção fosse levantada. O primeiro piso ficou pronto, havendo já condições de inaugurar a Missão e transferir o Colégio, que até então funcionava precariamente na Igreja Central.
Com a administração do novo presidente, o Pastor Nelson Duarte, estava agora a responsabilidade de dividir o campo, criando a Missão Maranhense. Após o voto ser aprovado nas Mesas Administrativas da União Norte Brasileira e Missão Costa Norte, agora era a hora de ver a concretização do sonho que havia começado com a inauguração e dedicação do Templo Central de São Luís, a 27 de outubro de 1951 e, após 37 anos de incansável labor, a Igreja no Maranhão não mais necessitava ser administrada à distância pela Missão Costa Norte, com sede em Fortaleza.
Nos dias 27 a 30 de junho de 1988, o sonho estava-se tornando realidade. Houve em São Luís uma Trienal que criou a nova Missão Maranhense. A grande festa começou ao pôr-do-sol da sexta-feira, quando mais de 6.000 pessoas de todo o estado, superlotaram o ginásio de esportes da Escola Técnica Federal do Maranhão. Os pregadores foram os Pastores Mário Veloso, secretário da Divisão Sul Americana e Wandir Mendes, presidente da União Norte Brasileira.
O ponto culminante da festa ocorreu no domingo, dia 30, às 10 horas, quando se deu a inauguração da sede da Missão Maranhense, localizada à Av. Daniel de La Touche, no bairro do Maranhão Novo. Estiveram presentes na cerimônia, além das autoridades eclesiásticas, os deputados federais Edvaldo Holanda, Enoc Vieira e o vereador Murilo Freitas. Ao ser desatada a fita inaugural, o Pastor Izéas dos Santos Cardoso, eleito o primeiro presidente da nova Missão, recebeu as chaves e a tocha das mãos do Pastor Nelson Duarte, presidente da Missão Costa Norte, e fez um veemente discurso de posse, desafiando os maranhenses a redobrarem os esforços missionários, imbuídos do Espírito Santo e motivados pelo “FE”, sigla que significava Fidelidade e Evangelismo – a fim de evangelizar o novo campo, que foi chamado pela primeira vez “O Campo dos Milagres”.
Umbanda
Umbanda é uma religião formada dentro da cultura religiosa brasileira que sincretiza vários elementos, inclusive de outras religiões como o catolicismo, o espiritismo e as religiões afro-brasileiras. A umbanda é uma junção de elementos africanos (orixás e culto aos antepassados), indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Catolicismo (o europeu, que trouxe o cristianismo e seus santos que foram sincretizados pelos Negros Africanos), Espiritismo (fundamentos espíritas, reencarnação, lei do carma, progresso espiritual etc.).
A umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, à natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. Em decorrência de suas raízes, a umbanda tem um caráter eminentemente pluralista, compreende a diversidade e valoriza as diferenças. Não há dogmas ou liturgia universalmente adotadas entre os praticantes, o que permite uma ampla liberdade de manifestação da crença e diversas formas válidas de culto.
A máxima dentro da umbanda é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".
Mantém-se na umbanda o sincretismo religioso com o catolicismo e os seus santos, assim como no antigo Candomblé dos escravos, por uma questão de tradição, pois antigamente fazia-se necessário como uma forma de tornar aceito o culto afro-brasileiro sem que fosse visto como algo estranho e desconhecido, e, portanto, perseguido e combatido.
No município de Paço do Lumiar, existem fortes ramificações da umbanda, assim como em todo o Brasil. Está representada nos centros espíritas, no qual o principal deles é a Casa de Nossa Senhora das Graças, localizado na avenida de acesso a sede do município. Neste local, os Umbandistas se encontram para realização do culto aos orixás e dos seus guias, que na umbanda se denominam giras.
O chefe do culto no Centro é o pai ou mãe de santo. São os médiuns mais experientes e com maior conhecimento, normalmente fundadores do terreiro. São quem coordenam os cultos/giras e que irão incorporar o guia-chefe, que comandará a espiritualidade e a materialidade durante os trabalhos.
Como uma religião espiritualista, a ligação entre os encarnados e os desencarnados se faz por meio dos médiuns.
Na umbanda existem várias classes de médiuns, de acordo com o tipo de mediunidade.
Normalmente há os médiuns de incorporação, que irão "emprestar" seus corpos para os guias e para os orixás.
Há também os atabaqueiros, que transmitem a vibração da espiritualidade superior por via dos atabaques, criando um campo energético favorável à atração de determinados espíritos, sendo muitas vezes responsáveis pela harmonia da gira.
Há os Corimbas, que são os que comandam os cânticos e as cambonas que são encarregadas de atender as entidades, provisionando todo o material necessário para a realização dos trabalhos.
Embora caiba ao sacerdote ou à sacerdotisa responsável o comando vibratório do rito, grande importância é dada à cooperação, ao trabalho coletivo de toda a corrente mediúnica.
Segundo a umbanda, as entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser preto-velhos, caboclos, boiadeiros, mineiros, crianças, marinheiros, ciganos, baianos, orientais, xamãs e exus.
Festas tradicionais são realizadas todos os anos diacordo com as datas do calendário umbandista. São elas:
20/01 - Oxóssi
23/04 - Ogum
13/05 - Pretos Velhos
13/06 - Xangô
26/07 - Oxum
27/09 - São Cosme e Damião
02/11 - Omulú
15/11 - Fundação da Umbanda
04/12 - Iansã
08/12 - Iemanjá 20/01 - Oxóssi
23/04 - Ogum
13/05 - Pretos Velhos
13/06 - Xangô
26/07 - Oxum
27/09 - São Cosme e Damião
02/11 - Omulú
15/11 - Fundação da Umbanda
04/12 - Iansã
25/12 - Oxalá
Cada terreiro ou conglomerado de terreiros têm a sua forma de interpretar e manifestar a Religião de Umbanda. São diversos ritos que diferem de casa para casa. Alguns utilizam atabaques, já outros, não utilizam tais instrumentos, preferindo somente o ritmo das palmas e o cântico dos pontos cantados.